Realizamos
um encontro do grupo trabalhando o conceito de persona, de acordo com C.
G. Jung. Este conceito diz respeito ao modo como nós nos apresentamos ao
mundo, ou ainda, a máscara que usamos em diferentes contextos (Para
aprofundamento, acessem:http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/persona.htm)
O
objetivo da atividade foi refletir sobre a necessidade de nos apresentarmos de
distintas maneiras ao mundo e as pessoas, o que se relaciona à representação
social que temos de um determinado “papel” ou lugar que ocupamos. Esta
representação é construída ao longo de nossa vida a partir dos diferentes
significados e sentidos que atribuímos a determinados papéis. Eles são
permeados pela imagem que a sociedade valida ou não de cada um desses papéis.
Sendo assim, podemos concluir que a persona tem sempre um componente
individual e coletivo.
Usar
máscaras para se relacionar com as pessoas e o mundo, da perspectiva da
psicologia analítica, é inerente a qualquer humano. Contudo, a persona
tem tanto aspectos positivos, de adaptação e proteção, como pode ter aspectos
patológicos. Tudo depende da consciência que temos dos diferentes papéis que desempenhamos
e da flexibilidade com que transitamos de um lugar a outro que ocupamos.
A
atividade foi concluída com uma poesia, chamada “O Louco” de Gibran Khalil
Gibran a fim de refletirmos mais acerca do conceito trabalhado:
"Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono
profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete
máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara
pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa
gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira
vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de
amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
“Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da
solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende
escraviza alguma coisa em nós."
Nenhum comentário:
Postar um comentário