segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Terceiro Encontro do Grupo “Eu, Tu Eles somos nós”

           Realizamos um encontro do grupo trabalhando o conceito de persona, de acordo com C. G. Jung. Este conceito diz respeito ao modo como nós nos apresentamos ao mundo, ou ainda, a máscara que usamos em diferentes contextos (Para aprofundamento, acessem:http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/persona.htm)

O objetivo da atividade foi refletir sobre a necessidade de nos apresentarmos de distintas maneiras ao mundo e as pessoas, o que se relaciona à representação social que temos de um determinado “papel” ou lugar que ocupamos. Esta representação é construída ao longo de nossa vida a partir dos diferentes significados e sentidos que atribuímos a determinados papéis. Eles são permeados pela imagem que a sociedade valida ou não de cada um desses papéis. Sendo assim, podemos concluir que a persona tem sempre um componente individual e coletivo.

Usar máscaras para se relacionar com as pessoas e o mundo, da perspectiva da psicologia analítica, é inerente a qualquer humano. Contudo, a persona tem tanto aspectos positivos, de adaptação e proteção, como pode ter aspectos patológicos. Tudo depende da consciência que temos dos diferentes papéis que desempenhamos e da flexibilidade com que transitamos de um lugar a outro que ocupamos.

A atividade foi concluída com uma poesia, chamada “O Louco” de Gibran Khalil Gibran a fim de refletirmos mais acerca do conceito trabalhado:

"Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:


Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."

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